VI Encontro “O Que Levamos para Marte”: a inovação que já está entre nós
28 junho (tarde)
A tarde do VI Encontro SPFCS O que Levamos para Marte teve início com a sessão “A Nossa Visão”, em parceria com a Astellas, dedicada aos desafios e oportunidades na gestão dos doentes com Cancro da Próstata Metastático Hormonossensível. A discussão foi enriquecida pelas perspetivas de Pedro Nunes, urologista da ULS Coimbra, e Pedro Teixeira, cardiologista da ULS Gaia/Espinho, numa conversa moderada por Luísa Rocha, farmacêutica da mesma unidade local de saúde.
Os oradores destacaram a importância de uma abordagem integrada, em que o acompanhamento farmacêutico é fundamental para a gestão da terapêutica, prevenção de eventos adversos e otimização de resultados em saúde.
Seguiu-se uma tarde dedicada ao trabalho colaborativo, através da metodologia World Café, que permitiu que os participantes contribuíssem para a construção de propostas concretas para a implementação da consulta farmacêutica em farmácia hospitalar e comunitária e para a construção de um plano de atuação em situações de catástrofe/emergência.
Distribuídos por três temáticas centrais — doente com VIH, doente oncológico e catástrofe/emergência — os grupos discutiram com base nos seus diferentes contextos de prática profissional, identificando barreiras e propondo soluções para darem resposta às necessidades específicas de cada situação.
O dia encerrou com a apresentação dos resultados dos grupos de trabalho, consolidando as aprendizagens e reforçando o compromisso coletivo com o desenvolvimento da atividade farmacêutica.
Mais uma etapa cumprida no caminho da valorização da profissão farmacêutica.
Voltou-se a #CumprirSPFCS!









28 junho (manhã)
O Hotel de Monte Real acolheu, esta manhã, o VI Encontro “O Que Levamos para Marte” da Sociedade Portuguesa de Farmacêuticos dos Cuidados de Saúde (SPFCS), reunindo farmacêuticos de todas as áreas para refletir sobre o presente e o futuro da prática farmacêutica — aqui, na Terra, e, quem sabe, um dia em Marte.
A manhã começou com a sessão “PrEP intramuscular: a nova pílula do dia seguinte?”, conduzida por Rui Nogueira e Mariana Lopes. Num diálogo centrado na prevenção da infeção por VIH, destacou-se a superior eficácia da PrEP injetável face à PrEP oral diária. Rui Nogueira sublinhou o papel dos cuidados de saúde primários e a importância do acompanhamento farmacêutico na adesão e utilização responsável desta estratégia. Mariana Lopes traçou a evolução temporal dos regimes de PrEP, culminando com a inovação do lenacapavir — um fármaco de administração subcutânea semestral, descoberto em 2024, que promete marcar a agenda terapêutica nos próximos anos.





















Seguiu-se uma sessão “A Nossa Visão”, com a participação de Luís Mendão, Rui Nogueira, Mariana Lopes, José Feio e Mónica Gomes, onde se refletiu sobre a integração do doente com VIH nos cuidados em proximidade. A discussão, moderada por José Feio e Mónica Gomes, trouxe diferentes olhares sobre a jornada do doente do ponto de vista clínico, farmacêutico e pessoal. A articulação entre serviços, a intervenção das organizações de base comunitária e a promoção da equidade no acesso às terapias foram pontos centrais de um debate que cruzou experiência, conhecimento e visão estratégica.
Após a pausa energética, a terceira sessão trouxe um olhar inesperado sobre a oncologia. Marco Santos apresentou uma analogia entre os modelos matemáticos dos buracos negros e os desafios de controlar o crescimento tumoral. A complexidade da doença oncológica foi discutida à luz da física, revelando como a heterogeneidade do cancro pode ser pensada com ferramentas conceptuais vindas de outras disciplinas científicas.



Para encerrar a manhã, a sessão “Situação de Catástrofe/Emergência – onde deve estar o farmacêutico” trouxe a partilha de experiências de Daniela Garcia, Henrique Nogueira e Manuela Pimenta. O debate centrou-se nos desafios vividos em contextos extremos, como o terramoto de 1980 nos Açores, refletindo sobre a ausência de planos de emergência, a destruição de medicamentos, o acesso bloqueado aos serviços farmacêuticos e, sobretudo, o papel indispensável do farmacêutico na resposta coordenada a situações de crise. A intervenção farmacêutica em cenários de catástrofe revelou-se não só necessária, mas estratégica para garantir continuidade, segurança e humanidade nos cuidados de saúde.
O VI Encontro SPFCS – O que Levamos para Marte, a decorrer em Monte Real, Leiria, surge num momento crucial para a reflexão sobre o papel do farmacêutico em situações de catástrofe e emergência. Após o recente apagão elétrico que afetou Portugal e Espanha, a necessidade de um Plano de Contingência e Reserva Estratégica tornou-se evidente, reforçando a importância da atuação dos profissionais de saúde na resposta a crises, sobretudo na garantia da continuidade dos cuidados de saúde e do acesso seguro a medicamentos essenciais.
Este evento reúne farmacêuticos de diversas áreas para debater estratégias inovadoras e soluções eficazes. A capacidade de adaptação e resposta rápida dos farmacêuticos é essencial para garantir o acesso seguro e contínuo a medicamentos e cuidados de saúde, mesmo em cenários adversos. A troca de experiências e conhecimentos promovida no encontro fortalece a preparação para futuras emergências, assegurando que a sociedade possa contar com um sistema de saúde resiliente e eficiente.
A partilha de experiências entre os participantes de diferentes áreas da atividade farmacêutica é promotor de um ambiente de cooperação e desenvolvimento de soluções práticas, capacitando os profissionais para atuar de forma coordenada em situações extremas. A logística de distribuição de medicamentos, a gestão de stocks e o desenvolvimento de protocolos de emergência são apenas algumas das questões que exigem uma abordagem estruturada e eficiente.
Buracos negros e prevenção da SIDA
Determinada em discutir os temas que levam o farmacêutico até Marte, a SPFCS traz até ao VI Encontro uma intervenção sobre o método de prevenção ao HIV, a PrEP intramuscular, bem como os investigadores da Universidade de Aveiro que desenvolveram um método inovador de otimização da quimioterapia, tendo por base a física dos buracos negros.
Mais do que um espaço de discussão, o VI Encontro SPFCS representa um compromisso com a inovação e a responsabilidade social, destacando a intervenção fundamental do farmacêutico na proteção da saúde pública em tempos de crise. É um passo essencial para garantir que, independentemente dos desafios, a resposta farmacêutica seja sempre eficaz e acessível.
Estamos a #CumprirSPFCS!





