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Farmacêuticos colaboram em artigo científico sobre terapias anti-CD20

O estudo “Effectiveness of anti-CD20 therapies following natalizumab discontinuation: insights from a cohort study”, publicado em junho de 2025, avalia a eficácia e segurança das terapias anti-CD20 (rituximab, ocrelizumab e ofatumumab) após a descontinuação do natalizumab em doentes com esclerose múltipla (EM). O natalizumab é um tratamento altamente eficaz, mas associado ao risco de leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP), especialmente em pacientes com seropositividade para o vírus JC. Assim, a transição para outras terapias torna-se necessária, ainda que exista o risco de reativação da doença.

Neste estudo retrospetivo, no qual participam os farmacêuticos Isabel Campelo e João Emílio Cardoso, foram analisados 59 doentes tratados no Hospital Universitário de Coimbra. A maioria era do sexo feminino (69,5%) e apresentava a forma remitente-recorrente da doença. A principal razão para a interrupção do natalizumab foi a seroconversão para o vírus JC. A duração média da doença foi de cerca de 8 anos e o período médio de seguimento, após a mudança para a terapia anti-CD20, foi de cerca de 29 meses.

Os resultados mostraram que o rituximab proporcionou uma redução significativa na taxa anual de recaídas (de 0,65 para 0,08), embora tenha sido associado a um aumento na progressão da incapacidade (medida pelo EDSS). O ocrelizumab e o ofatumumab mostraram estabilidade tanto na taxa de recaídas como na progressão da incapacidade. A maioria das progressões de incapacidade foi atribuída à progressão independente de atividade de recaída (PIRA), evidenciando a importância da gestão da inflamação subjacente crónica.

Em termos de segurança, foram registados alguns efeitos adversos sobretudo com rituximab, mas sem eventos graves associados às terapias. No geral, o estudo conclui que as terapias anti-CD20 são uma opção segura e eficaz após a descontinuação do natalizumab, reforçando a necessidade de estratégias direcionadas à doença em progressão silenciosa.